NOTA SOBRE A COVID-19
O Conselho Estadual de Saúde tem acompanhado de perto, como membro da Sala de Situação que avalia semanalmente a pandemia em Alagoas, e expressa sua preocupação com o atual quadro de disseminação da covid19 em nosso Estado.
Desde o final do ano passado, o governo já sabia do possível recrudescimento da transmissão do coronavírus por todo estado, entre o final do mês de fevereiro deste ano e principalmente no mês de março, seja por causas ligadas à época das síndromes gripais, seja pela alta temporada turística, eventos e a própria população que não tem cumprido com rigor as medidas de distanciamento, uso de máscara e de álcool em gel, evitar festas e ficar em casa o máximo possível.
Infelizmente as previsões se confirmaram e estamos enfrentando situações dramáticas em vários municípios com falta de leitos em UTI tanto públicos como privados e se em Maceió os hospitais estaduais não estão em colapso, não se descarta nos próximos dias, dificuldades para atender os casos graves que se apresentam em alta diária nas últimas semanas.
Diante desse quadro, em coletiva de imprensa, no último domingo, dia 07, o governo anunciou a publicação de um novo Decreto – Nº 73.518 – com o recuo para a fase vermelha nos municípios localizados nas zonas do Agreste e do Sertão e para a fase laranja em Maceió, Zona da Mata, Litoral e região Metropolitana. Ao observar as novas medidas anunciadas o CES avalia que alguns questionamentos são necessários e exigem esclarecimentos por parte do governo, entre eles, as que se referem a livre circulação de veículos e pessoas entre os municípios da fase vermelha e da fase laranja; as escolas funcionando de forma presencial, praias e áreas de recreação ao ar livre como praças e parques com aglomerações.
Ao colocarmos em pauta na última Reunião Ordinária o tema covid19 e vacinação, demonstramos a preocupação de conselheiros e Mesa Diretora com a situação, mas infelizmente o secretário Alexandre Ayres por motivos superiores não pode comparecer. No primeiro dia desta semana, a imprensa publicou uma declaração do presidente do sindicato dos médicos, Marcos Holanda, que aumentou a nossa preocupação. Disse ele: “Tenho certeza que nem o governador e nem o prefeito querem fechar a cidade, ou bares e restaurante, atividades econômicas, isso é o que gera impostos. Mas quando se chega a uma fase, onde se tem limite, daqui a pouco joga nas mãos dos médicos para a gente decidir quem vai morrer ou quem vai viver, quem vai para o respirador e quem não vai”. (reporternordeste.com.br/ 07 de março de 2021).
O novo decreto com várias incongruências e as declarações do presidente do sindicato dos médicos, aumentam ainda mais as nossas preocupações. Dessa forma, cobramos do governo federal medidas mais efetivas no combate à pandemia que impacte o mais rápido possível na diminuição dos casos, evitando assim, um colapso na rede pública. O SUS é o grande guerreiro nessa luta, mas está trabalhando no limite tanto dos profissionais, como na capacidade de atendimento e internamento.
Conselho Estadual de Saúde, março de 2021