Mônica Lima/ Elza Amaral/ Carla Cleto
A VIII Conferência Estadual de Saúde terminou na noite desta quinta-feira (6), com a elaboração de 35 propostas, sugerindo metas e diretrizes para que a saúde pública de qualidade seja, de fato, uma realidade nos 102 municípios alagoanos. Durante quatro dias, técnicos, gestores e usuários do Sistema único de Saúde (SUS) discutiram, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá, a situação da saúde pública em Alagoas.
Também durante o evento, foram eleitos os 72 delegados alagoanos que irão participar da XV Conferência Nacional de Saúde, que acontece de 1º a 4 de dezembro, em Brasília. Os escolhidos, das dez regiões de saúde do Estado, irão apresentar as propostas debatidas e selecionadas durante a etapa estadual.
Representando a gestora estadual da Saúde, RozangelaWyszomirska , que não pode comparecer ao encerramento, por causa de compromissos agendados em Brasília, a secretária-adjunta de Estado da Saúde, Rosimeire Rodrigues, encerrou o evento agradecendo a presença dos conferencistas. Em seu pronunciamento, ela lembrou “a importância da sociedade civil nos debates, que agora serão encaminhados como propostas fundamentais à melhoria do SUS, que existe há 27 anos no País”.
O presidente do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas (CES/AL), José Wilton Silva, agradeceu a todos que participaram da VIII Conferência Estadual de Saúde. “Estamos todos de parabéns! O controle social desempenhou seu papel com amplo debate, discussões produtivas e participativas. Os palestrantes também superaram nossas expectativas. Uma grande oportunidade para todos e, principalmente, para os 72 delegados eleitos, que vão representar Alagoas na XV Conferência Nacional de Saúde, em Brasília”, disse.
Plenária Final
Antes de eleger os 72 delegados, no entanto, o presidente do CES/AL coordenou a plenária final, com a discussão das propostas que foram apresentadas pelos grupos temáticos na quarta-feira (5). Para os conferencistas que participaram da conferência nesses quatro dias, os temas abordados foram considerados essenciais para garantir a melhoria do SUS e seus serviços.
O representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Japaratinga, Antônio Joaquim, avaliou a conferência como um divisor de águas, que lembra a Conferência Nacional de 1986. “A conferência é um marco na história e, por coincidência, tem muito a ver com a de 1986, que mudou a saúde no Brasil. Os temas debatidos estão todos dentro da Política Nacional de Saúde. A partir de agora precisamos fortalecer o controle social e buscar a mobilização nacional para assegurar uma saúde de maior qualidade”, enfatizou o líder sindical.
A comunidade LGBT esteve presente de forma efetiva no evento, com a presença de representantes de diversos municípios. O presidente do Grupo Direito à Vida e de Luta contra a Aids, Igor Nascimento, afirmou que houve um avanço significativo na conferência, com a participação de gays, lésbicas e travestis, como também índios, quilombolas, povo de matriz africana e outros segmentos sociais. Ele lembrou que “a Aids, doença que tem crescido em Alagoas, foi um dos assuntos em discussão da maior importância”, salientou.